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Alexandre Silveira negou que governo agirá para indicar Guido Mantega ao comando da companhia. Investidores reagiram à possibilidade e ameaçavam retirar investimentos. Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
TV Globo/Reprodução
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou nesta sexta-feira (26) que o governo agirá para indicar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, para o comando da mineradora Vale.
Em entrevista, Silveira disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “nunca se disporia” a fazer “interferência direta” em empresas de capital aberto, como a Vale.
“O presidente Lula nunca se disporia a fazer uma interferência direta numa empresa de capital aberto, listada em bolsa, uma corporation, que tem a sua governança e sua natureza jurídica que deve ser preservada. Até porque o Brasil é um país que respeita contrato, um país que tem regulação estável. Nós temos dito isso o tempo todo”, disse.
Na próxima semana, o Conselho de Administração da empresa deve se reunir para definir o comando da companhia, hoje presidida por Eduardo Bartolomeo.
A questão se tornou alvo de polêmica porque o governo queria retomar a influência na mineradora, e via a indicação de Guido Mantega para o comando da companhia como um movimento nessa direção. Investidores reagiram negativamente à possibilidade e ameaçavam retirar investimentos do país.
Defesa nas redes
Na quinta-feira (25), a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, disse em suas redes sociais que “pouquíssimos brasileiros são tão qualificados quanto Guido Mantega para compor o Conselho da Vale”. A publicação foi lida como apoio à indicação.
Segundo Silveira, Gleisi só veio a público “depois de mais de 48 horas de inverídicas notícias”. O ministro afirmou que a presidente do PT fez as declarações em defesa de sua posição, mas “as especulações não surgiram do tweet dela”.
Hoje, a Vale é uma corporação, sem controle direto de nenhum acionista. O governo tem participação na empresa por meio da previdência dos servidores do Banco do Brasil, a Previ.
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Silveira disse que conversou com Lula sobre o setor de mineração, mas que, “em nenhum momento, o presidente tratou de qualquer questão com relação à sucessão da Vale”.
Vítimas das barragens
Um dos tópicos de discussão entre os dois, segundo o ministro, foi cobrar mais celeridade no pagamento de indenizações às vítimas dos rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.
“O presidente tratou comigo sobre Mariana, sobre Brumadinho, sobre segurança de barragens, sobre licenciamento célere em processos que são necessários pra que a gente possa aproveitar essa janela de oportunidade da transição energética, e explorar as nossas riquezas de forma adequada, em especial os minerais críticos”, disse.
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Silveira afirmou que ele e Lula foram “injustiçados” com informações divulgadas nas últimas horas, de que o governo estaria pressionando pela indicação do ex-ministro Guido Mantega à presidência da Vale.
O ministro também negou que tenha contatado conselheiros da empresa para pressionar pela aprovação do nome.
“Eu converso com alguns conselheiros da Vale independentes, habitualmente, e [com] a própria diretoria da Vale, sempre que tenho agenda. E eu em nenhum momento fiz uma referência de indicação do governo a nenhuma vaga da Vale do Rio Doce. Nenhuma”, afirmou.
Contudo, o ministro disse considerar “inadequada” a interlocução da atual administração da empresa junto ao governo.
“Acho que ela tem que ser mais próxima. Nós temos que ter um vigor maior para aquilo que eu chamo o seguinte: os resultados da economia só são mais dinamizados quando a gente consegue ter um diálogo mais próximo e mais permanente, convergir os interesses do lucro da iniciativa privada com os interesses da sociedade, que são representados pelo governo legitimamente eleito nas urnas”, afirmou.
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