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Moeda norte-americana fechou em alta de 1,89%, cotada em R$ 5,5872. Já o principal índice de ações da bolsa teve queda de 1,39%, aos 127.652 pontos. Notas de 1 dólar
Rafael Holanda/g1
O dólar fechou em forte alta nesta quinta-feira (18), atingindo os R$ 5,58, conforme investidores monitoravam o noticiário fiscal local e aguardavam novos sinais sobre os juros norte-americanos e europeus.
Por aqui, as atenções estiveram voltadas para as discussões em torno do Orçamento, com expectativa de que novos bloqueios de despesas fossem anunciados, em mais uma tentativa do governo de conseguir alcançar o déficit zero neste ano.
Sem notícias ao longo do dia, analistas repercutiram mal os sinais vindos de uma entrevista da ministra Simone Tebet sobre os possíveis cortes, em que ela afirmava que apenas gastos desnecessários seriam revistos, preservando programas sociais e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Depois do fechamento dos mercados, contudo, Tebet e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciaram que o congelamento proposto pelo governo será de R$ 15 bilhões. O valor está abaixo do que queriam os agentes de mercado. (veja mais abaixo)
No noticiário corporativo, destaque para o preço e o volume final das ações da Sabesp compradas durante o processo de privatização da companhia de saneamento, que devem ser divulgados hoje.
Já no exterior, além de novos dados econômicos dos Estados Unidos, o mercado avalia a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que manteve os juros da zona do euro inalterados.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, fechou em forte queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
O dólar fechou em alta de 1,89%, cotado em R$ 5,5872. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,5892. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 2,88% na semana;
recuo de 0,02% no mês;
avanço de 15,14% no ano.
Na véspera, a moeda subiu 1%, cotada em R$ 5,4833.

Ibovespa
O Ibovespa operava em queda de 1,39%, aos 127.652 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,97% na semana;
ganhos de 3,02% no mês;
perdas de 4,87% no ano.
Na véspera, o índice avançou 0,26%, aos 129.450 pontos.

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O que está mexendo com os mercados?
No mercado local, investidores continuam atentos para o quadro fiscal brasileiro. Ao longo do pregão, havia expectativa de que o governo fornecesse algum indicativo do tamanho dos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento de 2024 para cumprir as regras do arcabouço fiscal.
Agentes de mercado esperavam ao menos R$ 30 bilhões contingenciados para que a meta de déficit zero seja cumprida. Depois do fechamento do mercado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que serão R$ 15 bilhões entre bloqueio e contingenciamento de verbas.
A diferença entre bloqueio e contingenciamento é a seguinte:
Bloqueio: se refere a valores no Orçamento que têm que ser bloqueados para o governo manter a meta de gastos do arcabouço fiscal.
Contingenciamento: é uma contenção feita em razão de a receita do governo estar vindo abaixo do esperado.
Segundo Haddad, as medidas são necessárias para cumprir a regra de gastos do governo prevista no arcabouço fiscal.
O mercado já vinha mal com a perspectiva de que os cortes não fossem suficientes. Nesta quinta-feira, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, descartou interromper programas sociais e obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já iniciadas, principalmente nas áreas de saúde e educação. Tebet admitiu que o governo deve cortar gastos, mas afirmou que isso deve ser feito com os gastos “desnecessários”.
“Não tem nenhuma, nenhuma sinalização, nenhuma, de que o PAC, especialmente na área da educação e da saúde, vai ter corte”, disse Tebet ao programa “Bom Dia, Ministra” do CanalGov.
“Ainda que a gente tenha que fazer cortes temporários, contingenciamento ou bloqueios em obras de infraestrutura a gente faz naquelas que não iniciaram ou que não iniciariam agora para que a gente possa depois de dois meses –porque a cada dois meses a gente faz essa revisão — repor de outra forma”, declarou Tebet.
A ministra destacou que o governo pretende reestruturar alguns programas sociais, com cortes de gastos “naquilo que estiver efetivamente sobrando”, com fiscalização de fraudes e irregularidades.
“Obviamente, na hora que tiver que cortar, nós vamos reestruturar alguns programas. Nós temos que fazer reformas estruturantes para poder ter [recursos] para aquilo que mais precisa. Onde mais precisa? E eu sou professora, então educação, saúde”, declarou.
Também nesta quinta, o governo manteve em 2,5% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024. Assim, o governo espera uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira, que cresceu 2,9% em 2023.
A informação consta no Boletim Macrofiscal, da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, que também traz:
A previsão para a inflação deste ano subiu de 3,7% para 3,90%.
A perspectiva para o PIB em 2025 caiu de 2,8% para 2,6%.
O noticiário internacional é o principal foco dos negócios nesta quinta-feira, com destaque para a nova decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). A instituição decidiu, mais uma vez, manter os juros inalterados na zona do euro, sem dar nenhuma indicação sobre seus próximos passos.
O argumento para a decisão foi que as pressões internas de preços continuam altas e que a inflação ficará acima de sua meta até o próximo ano.
“O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente de dados e reunião a reunião para determinar o nível apropriado e a duração da restrição”, disse o BCE em comunicado.
Além disso, novos dados econômicos dos Estados Unidos também ficam no radar, com os pedidos de seguro-desemprego e índices da indústria norte-americana.
Segundo dados do Departamento de Trabalho dos EUA, o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou mais do que o esperado na semana passada, para 243 mil.
Os dados devem ajudar a nortear os mercados sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na condução dos juros do país.
Na véspera, o presidente da distrital da instituição em Richmond, Tom Barkin, afirmou que o mercado de trabalho dos EUA está esfriando, mas destacou que ainda há falta de mão de obra em alguns setores.
“Esse mercado parece estar apertado, mas não muito apertado”, afirmou, acrescentando que observa atentamente a taxa de desemprego do país.
Além disso, a corrida eleitoral dos Estados Unidos também segue sob os holofotes. Após o atentado sofrido pelo ex-presidente Donald Trump no último sábado, uma onda de favoritismo pelo republicano tomou conta do país
O cenário ainda se agravou em meio à turbulência da candidatura à reeleição do presidente norte-americano, Joe Biden, com vários líderes democratas pressionando por um encerramento de sua campanha.
Biden, de 81 anos, até agora se recusou a atender aos apelos públicos de 20 democratas do Congresso para que se afastasse, depois de um desempenho vacilante em debate no dia 27 de junho contra Trump, de 78 anos. Seus problemas ainda foram agravados na quarta-feira, quando ele testou positivo para Covid-19 durante uma visita de campanha a Nevada.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
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