Dólar fecha em alta e encosta em R$ 5,21, com dados econômicos no radar; Ibovespa cai
Na terça-feira (28), o Ibovespa fechou em queda de 0,58%, aos 123.780 pontos. Já a moeda norte-americana caiu 0,35%, cotada a R$ 5,1534. Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (29), à medida que investidores repercutem novos dados macroeconômico no Brasil e continuam a monitorar sinais sobre a política monetária no mundo.
Por aqui, a taxa de desemprego no Brasil foi de 7,5% no trimestre encerrado em abril, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além disso, informações do Banco Central (BC) apontaram que a dívida pública subiu para 76% do Produto Interno Bruto (PIB). (entenda mais abaixo)
Na agenda, indicadores internacionais também ficam no radar, bem como eventuais falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), opera em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
O dólar fechou em alta de 1,07%, cotado em R$ 5,2083. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,2107. Veja mais cotações.
Na terça-feira, a moeda norte-americana caiu 0,35%, cotada a R$ 5,1534.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,27% na semana;
perdas de 0,76% no mês;
ganho de 6,20% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em queda de 0,87%, aos 122.707 pontos.
Na terça-feira, o índice encerrou com um avanço de 0,15%, aos 124.496 pontos.
Com o resultado, acumulou quedas de:
0,42% na semana;
1,70% no mês;
7,75% no ano.
Entenda o que faz o dólar subir ou descer
DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
O que está mexendo com os mercados?
As atenções dos investidores ficam voltadas para dados nacionais e internacionais nesta véspera de feriado no Brasil.
Por aqui, o destaque fica com a taxa desemprego brasileira, divulgada pelo IBGE. Segundo a Pnad, o indicador foi a 7,5% no trimestre encerrado em abril, praticamente estável em relação ao trimestre anterior, encerrado em janeiro, e uma queda de 1 ponto percentual (p.p.) em comparação a igual período de 2023 (8,5%).
Esse é o melhor resultado para esse trimestre móvel desde 2014 (7,2%) e vem abaixo das projeções do mercado financeiro (7,8%).
Com os resultados, o número absoluto de desocupados não teve alteração relevante contra o trimestre anterior, atingindo 8,2 milhões de pessoas. Na comparação anual, o recuo é de 9,7%.
Ainda sobre emprego, o Ministério do Trabalho e Emprego informou que o Brasil gerou 240 mil empregos formais em abril deste ano. O resultado representa melhora de 32% em relação ao mesmo mês de 2023, quando foram criados 181,7 mil empregos com carteira assinada (valor ajustado).
Além disso, o quadro fiscal do país continua no radar. Nesta quarta-feira, o Banco Central (BC) informou que as contas do setor público consolidado apresentaram um superávit primário (receitas maiores que despesas) de R$ 6,7 bilhões em abril deste ano. Esse foi o segundo saldo positivo seguido.
Apesar disso, no entanto, a dívida pública subiu para 76% do PIB em abril (R$ 8,4 trilhões), no maior patamar em dois anos.
O reequilíbrio das contas públicas é considerado importante pelo mercado financeiro para evitar uma disparada da dívida brasileira – indicador que é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco.
Na agenda, o mercado também repercute a aprovação, por parte da Câmara dos Deputados, do projeto que acaba com a isenção do imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50. Em seu lugar, uma alíquota de 20% será cobrada. Para compras acima de US$ 50, o tributo de 60% continuará valendo.
Compras internacionais de US$ 50: entenda o que muda caso o fim da isenção seja aprovado
Nesse caso, o foco também fica com o fiscal. Recentemente, por exemplo, a Secretaria da Receita Federal informou que a isenção para compras internacionais de até US$ 50, se mantida pelo governo federal, resultaria em uma “perda potencial” de arrecadação de aproximadamente R$ 35 bilhões até 2027.
Já no exterior, as atenções continuam voltadas para os juros básicos das economias desenvolvidas. A principal expectativa fica com a divulgação de uma série de dados de inflação, com foco para o índice PCE dos EUA — medida preferida de preços do Fed — e para a leitura de inflação da zona do euro, na sexta-feira (31).
Os dados podem sinalizar a perspectiva para o início de um ciclo de afrouxamento monetário no Fed e no Banco Central Europeu. A manutenção da taxa de juros nos EUA tem ajudado a valorizar o dólar, deixando-o mais interessante para investidores globais.
Nas últimas semanas, autoridades do banco central norte-americano têm reforçado que precisam avaliar mais dados para ganhar confiança de que a inflação no país está a caminho da meta de 2%, sem indicar quando a instituição pode começar a cortar sua taxa de juros.
Na terça-feira, o presidente da distrital do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse em uma entrevista à emissora CNBC que a instituição deve esperar por um progresso significativo na inflação antes de reduzir os juros, abrindo a porta para até mesmo elevar a taxa básica caso os preços não desacelerem ainda mais.
Operadores começaram o ano esperando cortes de juros pelo Fed já em março, mas reduziram as expectativas para um corte de 25 pontos-base somente em novembro ou dezembro, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
*Com informações da agência de notícias Reuters
source