Conselho da Oi aprova novo plano de recuperação judicial
Ao final do processo, segundo a proposta, acionistas atuais da Oi terão 20% do capital da companhia. Sede administrativa da Oi funciona no Leblon, Zona Sul do Rio
Marcos Serra Lima/G1
A Oi anunciou nesta terça-feira (6) que seu conselho de administração aprovou os termos e condições revisados e a nova versão do plano de recuperação judicial, com previsão de captação de um empréstimo em reais ao equivalente a US$ 650 milhões, além da venda de participações em empresas como a V.tal, de fibra ótica.
“A companhia continua em intensas negociações, com os credores financeiros e outros credores quirografários, em relação aos termos e condições específicas de um potencial acordo vinculante de suporte à nova versão do plano de recuperação judicial”, disse a Oi em fato relevante.
“Portanto, a nova versão do plano de recuperação judicial está ainda sujeita às negociações com credores, em caso de atingimento das condições para um acordo de suporte ao plano”, afirmou a empresa.
A proposta aprovada pelo conselho inclui:
um desconto de até 45% na dívida detida aos credores donos de torres de telefonia usadas pela empresa,
60% na detida por operadores de satélite e
leilão reverso prevendo desconto mínimo de 90%.
Ao final do processo, segundo a proposta, acionistas atuais da Oi terão 20% do capital da companhia.
A companhia já foi tida como uma “campeã nacional” durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sucumbiu a uma primeira recuperação judicial em 2016, quando foi forçada a vender ativos que incluíram sua rede de telefonia móvel para as rivais Telefônica Brasil, TIM e Claro.
Atualmente a Oi se encontra em seu segundo processo de proteção contra credores.
A Oi divulgou no documento estimativa de que sua operação de fibra ótica, seu principal negócio atualmente, encerrou 2023 com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) negativo em cerca de R$ 1,3 bilhão o que deverá passar, segundo a empresa, a resultado positivo de R$ 125 milhões em 2028.
A empresa projeta sair de uma base de 4 milhões de casas conectadas com fibra ótica em 2023 para 5,6 milhões em 2028, com a receita com fibra avançando de R$ 4,42 bilhões para R$ 6,4 bilhões no mesmo período.
Em termos consolidados, a empresa previu que a “Nova Oi”, sairá de uma receita líquida de R$ 9,6 bilhões em 2023 para faturamento de R$ 9,3 bilhões em 2028, com o Ebitda “reportado” passando de negativos R$ 409 milhões para R$ 1,4 bilhão positivo no mesmo intervalo.
Segundo a Oi, o avanço do Ebitda vai se dar “através de maior escala do negócio de fibra, eliminação gradual do legado e iniciativas de eficiência, além do impacto de iniciativas de redução de custos em todas as unidades de negócios”.
Os números, porém, não consideram a venda de ativos estratégicos como a ClientCo (Oi Fibra) e a V.tal.
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