Bolsas globais operam sem direção única, com mercado tomado por incertezas quanto à guerra tarifária
Durante a semana, os mercados mundiais enfrentaram oscilações diante dos anúncios de Donald Trump. Investidores chineses monitoram preços das ações em uma corretora em Pequim, nesta sexta (2), quando as bolsas asiáticas despencaram após a ameaça do presidente Donald Trump de aumento de tarifas sobre as importações chinesas
Mark Schiefelbein/AP
As bolsas europeias operam sem direção única, com os principais índices acionários operando entre altas e baixas, após o anúncio de que a China vai retaliar, mais uma vez, os Estados Unidos.
Por volta das 8h40, o índice Euro Stoxx 50, que reúne as ações das principais empresas da Europa, registrava queda de cerca de 1%.
Na Ásia, onde o pregão já se encerrou, as bolsas fecharam sem uma direção única, com parte dos índices acionários em alta e parte em baixa. As negociações do mercado financeiro no continente se encerraram antes do anúncio do governo chinês.
A China anunciou nesta madrugada, pelo horário de Brasília, que vai aumentar as tarifas de importação de produtos que chegam dos EUA de 84% para 125%, informou o Ministério das Finanças.
A nova taxação do país asiático sobre produtos americanos é mais uma reposta às medidas impostas pelo presidente Donald Trump. Na quinta-feira (10), os EUA explicaram que as tarifas impostas ao país asiático somam 145%. (relembre o contexto mais abaixo)
“A imposição pelos EUA de tarifas anormalmente altas à China viola gravemente as regras do comércio internacional e econômico, as leis econômicas básicas e o bom senso, sendo um ato completamente unilateral de intimidação e coerção,” disse o Ministério das Finanças da China, em comunicado.
📉 Veja o desempenho das principais bolsas da Europa por volta das 8h40:
🇩🇪 o DAX, da Alemanha, caía 1,65%
🇫🇷 o CAC 40, da França, caía 0,58%
🇬🇧 o FTSE 100, do Reino Unido, subia 0,30%
🇮🇹 o Itália 40, da Itália, caía 1,00%
🇪🇸 o IBEX 35, da Espanha, caía 0,30%
🇳🇱 o AEX, da Holanda, caía 0,14%
🇨🇭 o SMI, da Suíça, caía 0,92%
📉 Veja o desempenho das principais bolsas asiáticas:
🇨🇳 CSI 1000, da China, subiu 1,34%;
🇭🇰 Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,13%;
🇯🇵 Nikkei 225, do Japão, caiu 2,96%;
🇬🇸 Kospi, da Coreia do Sul, caiu 0,50%.
Veja como ficou o fechamento dos principais índices norte-americanos na quinta:
Dow Jones caiu 2,50%, aos 39.593,44;
S&P 500 caiu 3,49%, aos 5.266,30;
Nasdaq caiu 4,31%, aos 16.387,31.
No Brasil, o dólar subiu e chegou a R$ 5,89. O Ibovespa fechou em queda, corrigindo parte da forte alta de ontem, quando o anúncio de Trump foi feito.
Guerra tarifária entre China e EUA
Trump eleva para 125% tarifas contra China
A China voltou a responder o “tarifaço” dos EUA elevando em 41 pontos percentuais suas tarifas sobre os produtos importados americanos. A taxa passou de 84% para 125%.
Já nos EUA, as tarifas conta as importações chinesas somam 145%, segundo a Casa Branca.
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.
Na quarta-feira passada (2), Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países.
A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao “tarifaço”, o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a retaliação e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) desta terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para “revidar até o fim”.
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses na tarde de terça. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manha de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma “pausa” no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou, também, que elevaria mais uma vez as tarifas recíprocas sobre os produtos chines, que passou para 125%. Nesta quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% que já era aplicada sobre a China antes, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, nesta sexta os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.
Também nesta sexta, a missão da China junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) informou que apresentou uma queixa adicional ao órgão contra as tarifas impostas pelos EUA.
“Em 10 de abril, os EUA emitiram uma ordem executiva anunciando um novo aumento das chamadas ‘tarifas recíprocas’ sobre produtos chineses. A China apresentou uma queixa à OMC contra as mais recentes medidas tarifárias dos EUA,” disse o comunicado da missão chinesa, citando um porta-voz do Ministério do Comércio.
source