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Financiamento de iniciativas que utilizem madeira só ocorrerá em caso de origem em floresta plantada ou manejo. Texto será apresentado nesta sexta na Convenção da ONU sobre diversidade biológica. Pantanal está cada vez mais seco e com a biodiversidade ameaçada, dizem novos dados científicos
Jornal Nacional/Reprodução
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulga nesta sexta-feira (25), em Cali, na Colômbia, um compromisso em defesa da biodiversidade no qual informa as prioridades de investimentos da instituição e também explica quais projetos não receberão financiamento.
A divulgação do compromisso, durante a Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, foi noticiada pela jornalista Miriam Leitão, no jornal “O Globo”. A GloboNews também teve acesso ao documento.
No documento, de mais e 40 páginas, o banco afirma que o planeta vem se degradando “de forma acelerada, sem precedentes e possivelmente disruptiva”.
Em mensagem, o BNDES afirma que a transição para uma “nova relação entre humanidade e natureza”, que seja “mais harmônica”, precisa ser “célere” e “não pode mais ser adiada”, sob o risco de se ultrapassar os chamados “pontos de não retorno”.
O comunicado é assinado pela ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira e pelo ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre. Ambos atualmente integram o conselho do banco de fomento.
O texto afirma que, enquanto as mudanças climáticas resultam em perdas para a biodiversidade, a “degradação” dos ecossistemas naturais e a redução da diversidade biológica “diminuem a resiliência” do planeta, reduzindo a capacidade de se lidar com os impactos das mudanças climáticas.
Sem financiamento
Brasil é um dos protagonistas da COP da Biodiversidade, na Colômbia
No compromisso lançado nesta sexta, o BNDES informa que não apoia projetos que:
tenham madeira como matéria-prima;
resultem em alta exposição a riscos socioambientais;
incorporem processo de lavra rudimentar ou garimpo;
estejam localizados em unidades de proteção integral;
tenham por objetivo a extração de carvão para abastecimento de usinas térmicas;
busquem a geração de energia termelétrica a partir de carvão e óleo derivado de petróleo.
No caso dos projetos com madeira como matéria-prima, o BNDES explica que há possibilidade de financiamento somente se tiver origem em floresta plantada.
“Este documento evidencia que existem diversas maneiras de financiar a preservação da biodiversidade, envolvendo diferentes fontes de recursos públicos e privados, variados perfis de clientes e incluindo povos tradicionais e agricultores familiares”, afirma o BNDES.
Ainda de acordo com o BNDES, quando a madeira for derivada de mata nativa ou de empreendimentos associados à exploração de vegetação primária ou de espécies nativas, “o apoio é condicionado à existência de um plano de manejo florestal sustentável”.
Pauta ‘prioritária’
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Em nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que a pauta ambiental passou a ser “prioritária” para o BNDES definir os financiamentos de projetos.
“Sob a orientação do governo do presidente Lula, o BNDES retomou a pauta ambiental como prioritária entre seus investimentos e este documento é mais uma mostra da importância que o banco dedica em favor da biodiversidade brasileira. Diante do contexto atual, já não é suficiente conservar, precisamos direcionar recursos nacionais e internacionais para restaurar os ecossistemas”, afirmou Mercadante.
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