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Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq, em Piracicaba, indica alta no valor do produto. Agentes de mercado estimam estabilidade. Produção de leite no ES
Reprodução/TV Gazeta
Após registrar seis quedas consecutivas, entre maio e outubro de 2023, o preço do leite pago aos produtores subiu 1,3% em novembro, conforme aponta pesquisa mais atualizada do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq, o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP).
A expectativa dos agentes de mercado, aponta o Cepea, é que os preços entrem em estabilidade e alta em dezembro, ainda influenciados pela produção limitada no campo.
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O clima adverso, com registros de seca em algumas regiões do país e excesso de chuvas em outras, impactaram no volume de leite produzido.
O preço do litro do leite fechou em R$ 1,99 no valor da “Média Brasil” líquida, que não consideram fretes e impostos.
“A continuidade desse movimento nos próximos meses vai depender da reação do consumo e dos volumes de lácteos importados”, explica a pesquisadora do Cepea para o setor, Natália Grigol.
Os estados que compõem a “Média Brasil” são Minas Gerais, Goiás, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
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Variação de preço entre bacias leiteiras
O movimento dos preços variou entre as bacias leiteiras acompanhadas pelo instituto ao longo do mês de novembro.
“Em Minas Gerais e em Goiás, os valores ficaram estáveis. No Paraná, o avanço esteve abaixo de 2%, enquanto em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os aumentos superaram os 5%. Já em São Paulo e na Bahia, as médias seguiram em movimento de queda”, especifica a pesquisadora.
No acumulado de 2023, entre janeiro e novembro, a desvalorização do preço do leite ainda é de 23,8%, em termos reais; e, em relação a novembro/22, a baixa é de expressivos 24,5% (valores deflacionados pelo IPCA de novembro/23).
Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de novembro/2023).
Cepea/Esalq_USP
Preço: razões para queda
Esse movimento de queda ininterrupta do preço do leite começou em maio deste ano e, conforme aponta o Cepea, é explicado pelos mesmos motivos em todo o período de baixa.
O recuo do preço captado por lacticínios se explica pela maior disponibilidade interna de lácteos – tanto pelo aumento da produção doméstica quanto pelo crescimento das importações.
“Até outubro, a desvalorização do leite esteve atrelada ao excesso de oferta, em decorrência do aumento da produção doméstica e das importações crescentes. Porém, a captação dos laticínios tem se desacelerado desde setembro, o que explica a mudança no comportamento dos preços em novembro”, salientou.
Leite é extraído por meio de máquina automatizada, chamada de “ordenhadeira”
Fábio Tito/g1
📈Índice de Captação Leiteira
O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 0,7% de outubro para novembro, pressionado por recuos mais intensos nos estados do Sul do País, segundo o Cepea.
🌦️Clima limita produção
De acordo com a pesquisadora, a limitação da produção de leite, por sua vez, se deve à combinação de clima adverso à atividade, devido à seca e calor no Sudeste e Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul, com margens espremidas dos pecuaristas.
💰Custo Operacional
A pesquisa do Cepea mostra que o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira na “Média Brasil” registrou alta de 0,6% em novembro, influenciado pelas valorizações dos concentrados, adubos, corretivos e alguns medicamentos.
Ainda que, no acumulado do ano, o COE apresente retração, a diminuição do preço do leite supera a desvalorização dos insumos no mesmo período e, com isso, estima-se que a margem bruta dos pecuaristas tenha recuado expressivos 69% em 2023.
Nesse contexto, os investimentos na atividade tendem a diminuir, o que contribui para enxugar a oferta.
🛒Importações
Com a queda no preço do leite, as importações chegaram a perder força em setembro, porém, voltaram a crescer em outubro e novembro.
Dados da Secex mostram que as compras externas de queijos puxaram a alta de 5% nas importações de novembro e que, no acumulado de 2023, o volume adquirido supera em mais de 70% o registrado no ano anterior.
“Os estoques de lácteos estiveram, ainda assim, no geral, mais limitados em novembro – o que ajudou a frear a queda no preço de alguns lácteos e a elevar, ainda que levemente, as cotações do UHT e da muçarela em São Paulo”, comenta Natália.
Essa valorização foi insuficiente para garantir rentabilidade aos laticínios, e o movimento de alta não deve se persistir em dezembro, prejudicado pela diminuição do consumo e pelo acirramento da concorrência entre laticínios domésticos e entre os produtos brasileiros e importados.
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