As empresas deixadas por Silvio Santos, com uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão
Grupo Silvio Santos é controlador do SBT, Jequiti, Liderança Capitalização, Hotel Jequitimar e SiSAN. Silvio Santos
Lourival Ribeiro/SBT
O apresentador Silvio Santos morreu neste sábado (17), aos 93 anos, vítima de uma broncopneumonia, causada por uma infecção pelo vírus da Influenza (H1N1). Ele estava internado desde o início do mês no Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP).
Além da carreira como um dos maiores comunicadores do país, Silvio também foi um empresário de sucesso, com empresas em diversas áreas de atuação,
De camelô a megaempresário: como o talento de Silvio Santos construiu um império bilionário
Ele era o dono do Grupo Silvio Santos, a companhia responsável por centralizar e controlar todas as outras empresas do grupo. Com os seus negócios, Silvio era dono de uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão em 2023, segundo a Forbes.
Veja, abaixo, quais são as empresas deixadas por Silvio Santos.
Silvio Santos, um dos maiores nomes da TV brasileira, morre em SP, aos 93 anos
SBT
A empresa mais famosa do grupo o Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT, emissora fundada por Silvio Santos na década de 1970.
Silvio começou sua carreira na televisão em 1961, na TV Paulista. Ele apresentava o programa “Vamos Brincar de Forca”, patrocinado pelo “Baú da Felicidade”, também de propriedade do apresentador. O Baú era uma empresa que vendia brinquedos a prazo, por meio do pagamento de carnês, e o programa convidava clientes com as contas em dia para jogar forca em troca de prêmios.
Em 1963, começou a apresentar o “Programa Silvio Santos” ainda na TV Paulista. Dois anos depois, com a inauguração da TV Globo, o programa passou a ser apresentada na grade da emissora apenas para São Paulo. Foi só em 1969 que a atração passou a ser exibida em rede nacional.
Em 1975, Silvio conseguiu sua primeira concessão para ter sua própria emissora, com o Canal 11 no Rio de Janeiro, que foi batizada de TVS. Ao receber outras quatro novas concessões de transmissão, inclusive em São Paulo, a emissora passou a se chamar SBT.
O SBT foi ao ar pela primeira vez em 19 de agosto de 1981. Na estreia, foi ao ar o já conhecido Programa Silvio Santos.
Hoje, o SBT conta com 114 emissoras em todo o Brasil, emprega cerca de 6 mil funcionários e alcança mais de 103 milhões de pessoas por mês, segundo projeções da própria empresa.
Jequiti
A empresa de cosméticos do Grupo Silvio Santos foi fundada em outubro de 2006 pelo apresentador, com o objetivo de competir com outras marcas populares, como Natura e Avon.
A marca vende perfumes, produtos para banho, rosto, corpo, cabelo, maquiagem e linhas especiais para crianças e bebês.
Por fazer parte do mesmo grupo que o SBT, a Jequiti ficou famosa por desenvolver produtos em parceria com as celebridades estrelas que são ou passaram pela casa, como os perfumes que levam os nomes de Patrícia Abravanel (filha de Silvio Santos), Celso Portiolli, Eliana, Ana Hickmann e Larissa Manoela, por exemplo.
Artistas e influenciadores digitais, como Luan Santana e Carlinhos Maia, também fizeram parceria com a marca e dão nome a produtos.
A Jequiti reformulou, junto ao SBT, programas tradicionais da emissora, que passaram a levar a marca da empresa de cosméticos, como o Roda a Roda Jequiti.
As estratégias de parcerias com a TV impulsionaram a marca e, hoje, a Jequiti é uma das maiores empresas do segmento no país, com um valor de mercado estimado em R$ 450 milhões e 206 mil consultoras da marca. Há, inclusive, discussões sobre uma possível venda da empresa para a farmacêutica Cimed.
Liderança Capitalização
A Liderança Capitalização é a empresa financeira do Grupo Silvio Santos, cujo principal produto é a Tele Sena.
A empresa nasceu em dezembro de 1975 e foi adquirida pelo Grupo em julho de 1975.
A Tele Sena é um título de capitalização de pagamento único que foi lançado em novembro de 1991. Comprada por um valor baixo, a cartela da Tele Sena vem com diversos números que concorrem a sorteios de prêmios em dinheiro, além de imóveis e automóveis.
A cada semana, alguns números são sorteados e, no fim do mês, quem tiver a cartela com mais pontos leva o prêmio.
Além disso, metade do valor investido na compra da Tele Sena pode ser resgatado após um ano, com juros e correção monetária.
Além da Tele Sena, atualmente, em 2024 a Liderança também lançou um título de capitalização filantrópico, com sorteios de prêmios em dinheiro. Parte dos valores arrecadados apoiam projetos da Santa Casa de São Paulo.
Em 2023, a Liderança registrou uma receita líquida de R$ 198,6 milhões e lucro líquido de R$ 31,5 milhões.
Hotel Jequitimar
Hotel Jequitimar
Divulgação/Hotel Jequitimar
Com um nome bem parecido ao da empresa de cosméticos do grupo, o Hotel Jequitimar foi inaugurado no mesmo ano que a Jequiti, em 2006, na cidade de Guarujá, no litoral paulista.
O hotel é administrado pelo Grupo Accor, mas tem os filhos de Silvio Santos no comando da operação.
SiSAN
A SiSAN Emprrendimentos Imobiliários, fundada em 1990, é a responsável por cuidar dos imóveis pertencentes ao Grupo Silvio Santos e à família Abravanel.
Também realiza gestão patrimonial, licenciamento para área de vendas de lançamentos imobiliários e análise vocacional de imóveis para terceiros.
Banco Panamericano
Silvio Santos também foi dono do Banco Panamericano, de 1969 — quando o grupo do apresentador assumiu o controle acionário do então Real Sul — até 2011.
O banco foi vendido em dezembro daquele ano para o BTG Pactual, por R$ 450 milhões, após um escândalo contábil.
Em novembro de 2010, a instituição recebeu um aporte de R$ 2,5 bilhões, com recursos obtidos junto ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), tendo os bens do grupo Silvio Santos como garantia. Isso foi necessário depois que o Banco Central do Brasil identificou um rombo nas contas da instituição.
De acordo com a autoridade monetária, o PanAmericano mantinha em seu balanço carteiras de crédito que já haviam sido vendidas a outros bancos. Também houve duplicação de registros de venda de carteiras. Com isso, o resultado do banco era inflado.
Na época, Silvio disse que “não podia deixar de vender. Porque o meu banco não deu prejuízo para ninguém. O meu banco teve um bom comportamento. Talvez tivesse sido mal administrado, e essa má administração provocou aquilo que todos vocês conhecem”.
A venda do banco fez a fortuna de Silvio disparar para R$ 2,67 bilhões e, na época, com a taxa de câmbio menor, ele foi o primeiro brasileiro a entrar para a lista de bilionários da Forbes (com uma fortuna que ultrapassava a marca de um bilhão em dólares).
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