Em busca do Sucesso

Aqui você começa o seu ciclo para um sucesso absoluto.

Investimentos estrangeiros diretos caíram 17% em 2023, enquanto despesas de estrangeiros com viagens no Brasil bateram recorde histórico. Números são do Banco Central. O rombo das contas externas brasileiras recuou 41% em 2023, divulgou o Banco Central nesta segunda-feira (5). O movimento coincidiu com uma queda de investimentos estrangeiros diretos no país.
Segundo o Banco Central, os gastos de brasileiros no exterior foram os maiores em quatro anos, ou seja, desde antes da pandemia da Covid-19. Já as despesas de estrangeiros no Brasil bateram recorde histórico (veja mais abaixo nessa reportagem).
De acordo com a instituição, as contas externas (transações correntes) registraram um déficit de US$ 28,61 bilhões no ano passado, com queda de 41% na comparação com 2022 (-US$ 48,25 bilhões). Foi o menor resultado negativo desde 2020, ou seja, em três anos.
O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
De acordo com o BC, a queda no saldo negativo das contas externas, em 2023, está relacionada principalmente com a melhora da balança comercial no período. Pela contabilidade do BC, que é diferente daquela utilizada pelo governo, o superávit da balança somou US$ 80,5 bilhões em 2023, contra um saldo positivo de US$ 44,15 bilhões no ano anterior.
Os bons números da balança comercial compensaram a forte piora na conta de rendas, cujo déficit passou de US$ 56,5 bilhões, em 2022, para US$ 72,4 bilhões no ano passado.
A deterioração na conta de rendas está relacionada com o aumento nas remessas de juros ao exterior, que saltaram de US$ 10,6 bilhões em 2022 para US$ 27,7 bilhões em 2023, e também pelo incremento das remessas de lucros e dividendos pelas empresas (que avançaram de US$ 37,1 bilhões em 2022 para US$ 45 bilhões no ano passado).
Somente mês de dezembro do ano passado, segundo o Banco Central, as contas externas registraram um rombo de US$ 5,83 bilhões, em comparação com um resultado negativo de US$ 7,52 bilhões no mesmo período do ano anterior.
Investimentos estrangeiros diretos
O BC também mostrou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira recuaram cerca de 17% no ano de 2023.
Os estrangeiros trouxeram US$ 61,95 bilhões em investimentos no último ano, contra US$ 74,6 bilhões em 2022. Essa foi a menor entrada desde 2020 (-US$ 46,44 bilhões).
A queda no ingresso de investimentos estrangeiros diretos, neste ano, acontece em meio a um cenário de forte desaceleração da economia mundial. Para conter a inflação, os bancos centrais elevaram os juros pelo mundo – com reflexos no nível de atividade.
No Brasil, porém, o cenário é de estabilidade no PIB. Após uma alta de 5% em 2021, o PIB brasileiro teve crescimento de 3% em 2022. E a projeção do mercado financeiro para 2023 é uma taxa semelhante expansão.
Somente em dezembro, ainda de acordo com a instituição, os estrangeiros retiraram US$ 369 milhões em investimentos diretos no país, contra uma saída líquida de US$ 479 milhões no mesmo mês de 2022.
Gastos de brasileiros no exterior
Já os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 14,53 bilhões no ano de 2023, com alta de 19,3% frente ao mesmo mês do ano anterior – quando totalizaram US$ 12,18 bilhões.
Trata-se, também, do maior valor de despesas no exterior, para um ano fechado, desde 2019, ou seja, antes da pandemia da Covid-19, quando somou US$ 17,59 bilhões.
As despesas de brasileiros fora do país são influenciadas por fatores como o nível de atividade econômica – que apresentou estabilidade em 2023 -, o nível do emprego e da renda (em alta), e, também, o preço do dólar (usado nas transações internacionais).
Em 2022, a moeda norte-americana fechou em queda de 5,3%, cotada a R$ 5,28. Apesar disso, ainda permaneceu bem acima do patamar de 2019 terminou aquele ano em R$ 4,01. Já no ano passado, o dólar fechou em queda de 8%, cotado a US$ 4,85.
Ao mesmo tempo, os números do BC também mostram um aumento nos gastos de estrangeiros com viagens no Brasil, que somaram US$ 6,9 bilhões no ano passado – batendo recorde histórico. A série histórica para os gastos de estrangeiros no Brasil tem início em 1995.
A alta das despesas de estrangeiros no país foi de 39,5% na comparação com 2022 – quando essa despesa somou US$ 4,95 bilhões. Até então, o maior valor de despesa de estrangeiros no país havia sido registrado em 2014 (US$ 6,84 bilhões).
Nordeste é o destino de 42% dos que viajam pelo país até março; Rio São Francisco atrai turistas
Seis milhões de turistas internacionais
De acordo com dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), o Brasil fechou 2023 tendo registrado, aproximadamente, a visita seis milhões de turistas internacionais.
Segundo o Plano Nacional de Turismo do quadriênio 2024-2027, aprovado no fim de janeiro pelo Conselho Nacional do Turismo (CNT), a meta é chegar aos oito milhões de turistas estrangeiros no país até 2027, com previsão de entrada de US$ 8,1 bilhões naquele ano.
“Quando propomos os oito milhões [de turistas em 2027], levamos em conta a perspectiva de conectividade. Temos que trabalhar com um cuidado técnico, o que os índices permitem ser possível. A marca de oito milhões será uma baita vitória. E trabalhamos com o desafio de dez milhões”, afirmou o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, em janeiro.
source