Em busca do Sucesso

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A moeda norte-americana teve alta de 0,54%, cotada a R$ 5,4734. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em queda de 1,38%, aos 131.672 pontos. Foto mostra edifícios destruídos após ataque de Israel aos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, em 3 de outubro de 2024.
Reuters/Mohamed Azakir
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (3) e chegou a bater os R$ 5,51 ao longo da sessão, refletindo uma maior aversão aos riscos dos mercados globais.
O movimento acompanhou a escalada dos conflitos no Oriente Médio e também teve reflexos na bolsa de valores brasileira. O Ibovespa, principal índice acionário da B3, encerrou em queda.
Enquanto o mundo segue atento os conflitos entre Israel e Irã, o preço do petróleo não parou de subir, gerando preocupação com a inflação. Ao final da sessão, os preços do petróleo Brent fecharam em alta de 5,03%, a US$ 77,62 o barril.
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Por se tratar da principal fonte de energia para a maioria dos países, uma alta acelerada nos preços da commodity tem força para pressionar a inflação de curto prazo pelo mundo, com o encarecimento dos combustíveis.
Isso em um momento em que os Estados Unidos acabaram de iniciar um ciclo de cortes em suas taxas de juros, com perspectivas de que o ambiente inflacionário está mais controlado, reforça a visão do mercado de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve reduzir o tamanho das quedas em suas próximas reuniões.
Hoje, as taxas americanas estão entre 4,75% e 5,00% ao ano, depois do Fed cortar os juros em 0,50 ponto percentual em setembro.
No cenário interno, o mercado repercute os novos dados fiscais do Brasil, divulgados hoje pelo Tesouro Nacional. O país teve um rombo de R$ 100 bilhões nas contas públicas entre janeiro e agosto.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Ao final da sessão, o dólar subiu 0,54%, cotado a R$ 5,4734. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,5107. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,68% na semana;
avanço de 0,49% no mês;
ganho de 12,80% no ano.
No dia anterior, a moeda caiu 0,36%, cotada a R$ 5,4441.

O
Ibovespa
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em queda de 1,38%, aos 131.672 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,80% na semana;
perdas de 0,11% no mês; e
recuo de 1,88% no ano.
Na véspera, o índice subiu 0,77%, aos 133.515 pontos.

O que está mexendo com os mercados
A escalada dos conflitos no Oriente Médio trouxe um sentimento de maior aversão aos riscos para o mercado nesta quinta-feira (3).
Depois de quase um ano dos ataques do grupo terrorista Hamas aos israelenses, e de uma guerra que devastou a Palestina, o enfrentamento vinha escalando com a entrada do grupo extremista Hezbollah — que nasceu no Líbano, é financiado pelo Irã e aliado do Hamas.
O avanço nas tensões na região começou há duas semanas, quando pagers e walkie talkies de integrantes do grupo extremista Hezbollah explodiram em série, o que o grupo atribui a Israel.
Nos dias seguintes, Israel passou a atacar regiões do Líbano mirando alvos do Hezbollah e, na última sexta-feira (27), matou o chefe do grupo, Sayyed Hassan Nasrallah e outros líderes.
Israel, na segunda-feira (30), iniciou uma incursão por terra no Líbano, no que classificaram como uma operação limitada contra alvos do Hezbollah.
No sábado (28), o líder supremo do Irã, que apoia e financia o Hezbollah, disse que a morte de Nasrallah não ficaria “sem vingança”. Depois disso, na terça-feira (1), o Irã disparou centenas de mísseis contra Israel, que prometeu retaliação.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, também disse que vai retaliar o Irã pelo ataque promovido contra o país.
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E na iminência de contra-atacar o Irã, Israel continua bombardeando o Líbano, ainda sob a alegação de desmantelar o Hezbollah. O país lançou nesta quinta-feira (3) novos bombardeios no centro de Beirute, no Líbano, segundo testemunhas ouvidas pela agência de notícias Reuters. Explosões também aconteceram nos subúrbios da capital libanesa.
Os ataques deixaram nove pessoas mortas e outras 14 feridas, segundo o governo local — no total, mais de 1.000 pessoas morreram no Líbano em quase duas semanas de bombardeios de Israel.
Essas tensões, que geram preocupação com a escalada do conflito para uma guerra total no Oriente Médio, já fizeram o preço do petróleo disparar.
A região é a mais importante do mundo na exportação da commodity e qualquer conflito lá pode gerar problemas de oferta e desabastecimento para o mundo todo, que tem o petróleo como principal fonte de combustível e energia.
Além disso, os temores também direcionam os investidores para o dólar, considerada a moeda mais segura do mundo, em busca de proteção contra os ativos de risco — como mercado de ações e moedas de países emergentes, como o Brasil —, que tendem a apresentar mais volatilidade, principalmente em momentos de incertezas política e econômica.
Ainda no exterior, os dados de emprego marcam a semana nos Estados Unidos.
Hoje, o Departamento do Trabalho divulgou que o número de pedidos iniciais por seguro-desemprego subiu para 225 mil na semana passada, acima das projeções de 222 mil e também mais do que os 219 mil registrados na semana anterior.
O dado mais aguardado da semana, porém, chega amanhã, com o relatório de empregos mais popular dos Estados Unidos, o payroll. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa de desemprego tenha se mantido em 4,2% em setembro, com uma geração de 144 mil empregos não-agrícolas.
No Brasil, o destaque fica com os novos dados do Tesouro Nacional, que mostra que o governo teve um déficit de R$ 100 bilhões de janeiro a agosto deste ano, o quinto pior resultado para esse período desde o início da divulgação dos dados, em 1997.
O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit primário.
O resultado representa uma melhora em relação ao déficit de R$ 105,88 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Porém, está muito acima das previsões do governo para o fim do ano, de um rombo de R$ 68,83 bilhões.
Esse rombo não fará com que a meta fiscal seja considerada descumprida formalmente, no entanto.
Isso porque as regras do arcabouço fiscal determinam que o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo de zerar o rombo fiscal seja formalmente descumprido, além de outros créditos extraordinários que serão excluídos da meta pelo seu caráter emergencial, como os bilhões destinados ao enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul.
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